Letras do Brasil
written by: Léa Ferro
@leaferro
I – A Luta em Luto – Em III atos:
(Pelos professores do 29 de abril)
Ato I
Lágrimas de gás,
Lacrimogênio, atroz.
Lá… Crime!
Lacre-me, a voz!
Ato II
Tropa de choque
Xeque-mate.
Em choque
Me xeque, me mate!
Tropa de cheque
A tua voz, é quase nada
Em coação desgover’Nada.
Ato III
Toda a poesia, destroçada num só dia
A’Tropalhada, faz do verbo a ingratidão.
O des’Governo é retrocesso
Compelindo esmaga o verso
Faz da rima uma explosão.
A violência travestida
(sem decoro) é só ferida
No olhar de uma nação.
O sangue escorre em terna face
O vil metal usou disfarce
Em plena estrofe fez-se a alienação.
II – Abstratos
Que a ti conjunto:
Rimadas as léguas
Paradas no tempo.
Que a voz falada:
As nossas pátrias
Amadas vibrantes.
Pensantes gurias!
Que a nós passamos:
Argumentos severos
Molhados da chuva.
Que a todos que veem:
Um rosto calado
Se move, ao vento.
Que a ti morridas:
As ruídas semelhanças
No corpo cansado.
Que a vós passados:
Garotos de rua
pedidos, sem volta.
Que a nós sentimos:
Paredes geladas
Dos anos, viseira.
Que a todos passaram:
As marcas registram
Vitoriosas perdas.
E mesmo falada
Um milhão da poética filosofia
Subentendida,
As mágoas presentes no passado
Que restringiu, nossas almas (pátrias)
Permanecerão eternamente!
III – Sonífera lágrima
Politicamente
Política
Mente!
A mente
É a podre elite.
Lágrima
Traz sal à poesia
A burguesia
Nem sente
Se sente faz euforia.
Politicamente
Tão crente
Política
Mente
Antologia.
Lágrima
Borra a tela colorida
Da ilusão
Faz confusão
Toca a ferida,
A má ferida da nação.
Politicamente
O bem ou o mal
Faz carnaval
Politicamente,
Um bacanal.
Lágrima
Mente
E ninguém sente
Politicamente
Sonífera lágrima
Sonífera mente.
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