Salão De Bar by Iranilton Marcolino at Spillwords.com

Salão De Bar

Salão de bar

written by: Iranilton Marcolino

@iraniltonmarcol

 

Estava um pouco bêbado. Num ímpeto, subiu no banco próximo ao balcão, balançou e num instante estava no chão. Um cão de perto veio, cheirou e passou a língua no rosto dele. A atendente no balcão olhava enquanto com um pano limpava a madeira escura do móvel.

Na entrada, uma mulher de vestido cor de rosa, curtinho, com a perna um pouco levantada mostrava as coxas grossas até um pouco abaixo da calcinha. Ela nem se deu conta, ou se notou não se importou, que o bêbado permaneceu no chão, a pouca distância, tendo a visão da exuberância que surgia do tecido do vestido.

A mulher andou até o balcão, com passos desfilados. Encostou uma mão na cadeira, e sem cerimônia tirou o vestido bem devagar. Manteve a calcinha e o sutiã, junto com o leve sorriso com que buscava a reação das pessoas.

Foi para o meio do salão e iniciou uma dança sensual. Não havia música tocando, mas isso não parecia ser necessário. A atenção era só nela, porque logo, logo todo mundo batia palmas no ritmo da dança. No bar, o público era praticamente só de homens.

Nessa altura, o bêbado que havia caído da mesa já estava de pé. Era o mais empolgado. Batia palmas e chegava perto da mulher, sorrindo largo.

O aglomerado do outro lado da rua já vinha chegando ao bar, as pessoas entrando por uma ou outra porta. A mulher fez que ia tirar o sutiã, mas o murmúrio da expectativa em lasciva a fez desistir. Parou um pouco. Olhou na direção da rua. Depois, levantou os braços e reiniciou a dança.

Bar cheio. Gente chegava atraído pelo som das vozes, gritos e gargalhadas.

No meio da algazarra, chegou um homem esbaforido. Entrou empurrando quem estava à sua frente e foi decidido ia em direção da dançarina. Ela parou e olhou para ele, a princípio parecendo assustada. O homem que chegou estava suado, cabelo mal arrumado e tinha na mão apenas um celular, que logo colocou no bolso. Estendeu a mão para a dançarina, que logo foi se chegando. Num gesto brusco, os dois se atracaram em um beijo cinematográfico! A plateia muda, paralisada.

O casal então deitou no chão. O homem puxou o sutiã da dançarina pela alça, fazendo saltarem os seios firmes, rosados, nos quais ele logo encostou o peito e deu outro beijo. Intenso e curto. Levantou, tirou a camisa, a calça e depois a cueca. No chão, a mulher tirou a calcinha, estendendo os braços, chamando-o com os dedos.

Ali mesmo, fizeram sexo loucamente, sem dar a mínima atenção para a plateia. Ainda ofegantes, levantaram-se, deram-se as mãos e foram embora. Sem dizer uma palavra. Sem olhar para ninguém, sem importar-se com nada. Sem censura. Loucamente. Só os dois amantes.

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