E se não te vejo?
written by: Iranilton Marcolino
@iraniltonmarcol
O meu olhar estava fixado no rosto dela. Passaria horas assim. Porque nela tudo era graça contida nos gestos que fazia, na forma de mexer no cabelo, nas mãos que ajustavam a alça do sutiã… Distraído nessa visão, eu não ouvia nada do que falavam ao meu redor. Eu, na verdade, nem estava ali!
Recordo sempre da crença de que estamos amando quando não sabemos dizer os motivos que nos levam a gostar de alguém. Não entendo o que ela tem de especial sobre as outras mulheres. Só sei que me faz sentir assim desorientado, como que estivesse hipnotizado, com a sua imagem tomando conta de todo o meu presente. Um conjunto de detalhes, combinados à perfeição, que nem sei descrever.
Não há ausência dessa mulher em mim, nem espaço, nem momento. Se fisicamente ela está longe, mesmo assim passeia pelos meus pensamentos, na visão terna de alguém fazendo as coisas mais banais… Pego-me com um leve sorriso no canto da boca, com a sensação de que o mundo é bom demais!
Que maravilhosa experiência é essa de ter esse olhar voltado pra minha direção! Quando ela me enxerga, logo se desconcerta com o flagrante que faz da minha admiração. E sorri procurando me dar um aceno desinteressado. Talvez de amizade, como se estivesse apenas dizendo “Oi!”. Acho que não entendeu ainda que o que sinto por ela é amor. Se não encontrei uma forma de deixar isso claro, fico aqui admirando e acompanhando cada um dos seus passos. Assim me faço acreditar que só isso me basta.
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